segunda-feira, 22 de maio de 2017

Por Quem os Sinos Dobram - Ernest Hemingway (625 p.)

A dedicatória conta metade 
da história: “Este livro é para Martha Gellhorn.” A outra faz-se por terras de Espanha, onde Ernest Hemingway chega em 1937, no papel de repórter, para cobrir a Guerra Civil local, disputada entre nacionalistas (suportados pelas forças fascistas da Europa) e republicanos (apoiados pelos socialistas e comunistas europeus). Nos Estados Unidos deixa Pauline Pfeiffer,
 a sua segunda mulher, e dois filhos; em Espanha encontra Martha Gellhorn que, além da nacionalidade, partilha com ele a profissão: é escritora e correspondente de guerra. Hemingway deixa-se conquistar rapidamente, tanto pelo inabalável espírito dos espanhóis como pela americana que teima em não ceder aos seus avanços. São estas as paixões que o inspiram a escrever aquela que virá a ser uma das suas mais importantes obras: Por Quem os Sinos Dobram.

O livro acompanha três dias na vida de Robert Jordan, um americano a quem é pedido que faça explodir uma ponte, que combate pelo lado republicano
na Guerra Civil espanhola. A missão leva-o a trabalhar com um grupo de guerrilheiros locais, entre os quais a perturbada Maria, uma jovem espanhola por quem se enamora. Hemingway
 baseia a obra nas vivências em Espanha mas também no romance que entretanto inicia com Martha Gellhorn, que acaba por se tornar a sua terceira esposa. É, aliás, a ela que dedica a história.
Publicado em 1940, Por Quem os Sinos Dobram torna-se um sucesso crítico e comercial imediato, restabelecendo em definitivo a reputação de Hemingway enquanto romancista depois de uma década mais dedicado à escrita jornalística. É atualmente apontado como um dos melhores e mais importantes romances de guerra alguma vez escritos. Menos triunfante revela-se a relação com Gellhorn, que dura apenas cinco anos, terminando tal como começou, durante a cobertura de um conflito armado: a Segunda Guerra Mundial. Mas essa já
 é outra história.

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