É o primeiro livro do autor, escrito entre os dezoito e vinte anos. A terceira edição foi recolhida por ordem da polícia federal, e tendo ficado dezesseis anos no porão dos esquecidos, voltou ao público brasileiro, pois não era mais possível ignorar a produção desse brilhante escritor que investiga o boia-fria, o negro e os deserdados da fortuna. É um dos poucos livros na literatura brasileira que trata do racismo de forma fireta, sem subterfúgios. Uma obra que vai deixá-lo perplexo e amargurado, consciente de que muitas coisas precisam mudar. Permeado de suor, luta, amor e terra, As flores que o chapadão não deu é compromisso social, é o grito de liberdade de uma raça que vem sofrendo ao longo dos anos. Rosário, o personagem negro, faz parte do grupo de marginalizados que se vê acuado pelas forças sociais dominantes. A ele, tudo é negado, inclusive o amor. Porque é negro.

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