sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Mulheres de Cabul - Harriet Logan

  Título: Mulheres de Cabul
  Autora: Harriet Logan
  Páginas: 108
  Editora: Geração Editorial – Ediouro
  Avaliação: 







 Sinopse: O livro ‘Mulheres de Cabul’, da premiada fotógrafa inglesa Harriet Logan, amplia, de maneira mais realista, o universo afegão mostrado em ‘O Caçador de Pipas’, de Khaled Hosseini, e em ‘O Livreiro de Cabul’, de Asne Seierstad, os principais bestsellers deste ano em todas as listas. Com mais uma vantagem: traz dezenas de belíssimas fotos. Trata-se de uma reportagem viva, emocionante, quase inacreditável, que supera qualquer ficção. Harriet visitou o Afeganistão para ouvir e fotografar dezenas de mulheres durante o regime do Taleban e depois dele. 
Durante o regime do Taleban, de setembro de 1996 a outubro de 2001, as mulheres do Afeganistão foram submetidas a absurdas leis repressoras, como não poder trabalhar fora nem freqüentar escolas. Era proibido rir em público, ouvir música, empinar pipas, e fotografias eram consideradas formas de idolatria. 
Foi nesse mundo de trevas que Harriet Logan mergulhou em busca de histórias e imagens humanas e dolorosas, a convite da London Sunday Times Magazine, em dezembro de 1997, quinze meses depois que o Taleban havia assumido o controle do Afeganistão. Era uma missão perigosa, mas o risco valeu a pena, como se pode confirmar nas páginas de ‘Mulheres de Cabul’. 
Algumas das mulheres ouvidas e fotografadas em 1997 foram novamente visitadas por Harriet após a queda do Taleban, em 2001, como Zargoona (professora de física antes do regime do Taleban), que chorou nas duas vezes em que recebeu Harriet em casa. Sanam, uma garota de nove anos, que sonha em ser médica, pôde comemorar os novos tempos de liberdade com sua boneca chamada Sadaf. ‘Quando os Talebans estavam aqui, eu precisava esconder minha boneca atrás de mim, porque se eles a encontrassem, teriam me batido.’


Esse foi um livro totalmente fora dos padrões de livros que eu leio, mas totalmente lindo, triste, e gratificante. Ele me fez enxergar o quanto nós mulheres ocidentais temos sorte. Temos acesso à educação, liberdade de expressão, a simplesmente poder andar na rua com uma ou mais amigas.

Mulheres de Cabul é um livro documentário, com fotos e informações reais. É um livro muito rápido de ler, pois além de conter muitas fotos entre as páginas, todos os depoimentos são curtos e comoventes.

A fotógrafa Harriet Logan esteve no Afeganistão nos anos de 1997 e 2001, entrevistando mulheres comuns, sofridas, algumas estudadas, outras privadas até da educação mais básica.

Em 1997 Cabul estava recebendo o regime Taleban, que trouxe principalmente modificação a vida das mulheres, já que o regime não considera legítimo nenhum direito básico feminino. Algumas mulheres acreditavam numa mudança para melhor já que a guerra civil no passado já havia tirado muitas vidas. Dentre as principais modificações estava a proibição de música, mulheres inteiras cobertas com a burkha, a proibição das mulheres andarem sozinhas na rua, punições absurdas e violentas por motivos banais, proibição das mulheres trabalharem e até de frequentarem as escolas, e as fotografias.

Para muitas dessas mulheres o único alento era estudar, aprender e acreditar num mundo melhor e até isso lhes foi negado, muitas começaram a perecer em vida, porque sem um marido para prover o sustento e com filhos para criar a única solução era trabalhar, mas com a entrada do regime Taleban isso não era mais possível e muitas dessas mulheres passaram a sofrer com a fome, as doenças, e também com a tristeza de verem seus filhos com fome, e para tanto passaram a ter que burlar o sistema ou simplesmente mendigar. 

Todas as histórias te fazem refletir, sofrer junto com essas mulheres, amá-las, admirá-las, te fazem acordar para outra realidade.

Dentre todas as histórias que me chamaram a atenção, está a de Zargoona, ex professora de Física na escola Politécnica, uma mulher que foi totalmente destruída dentre tantas com histórias tão semelhantes e tão doídas, me dói saber que agora mulheres ainda passam por isso, me dói saber que Zargoonas ainda existem por aí em situações semelhantes. E que aquela já não existe mais.



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